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Dados do INTO apontam acidente de motocicleta como principal causa da lesão do plexo braquial

Lesão pode comprometer a funcionalidade de todo o membro superior

Dados do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (INTO), do Ministério da Saúde, revelam que, nos últimos quatro anos, os acidentes de motocicleta foram a causa principal de lesão do plexo braquial nos pacientes adultos submetidos a tratamento cirúrgico da doença pela equipe do Centro de Microcirurgia do Instituto.  Pelo menos 120 pacientes foram atendidos com a lesão traumática do plexo braquial, doença grave que causa perda de movimentos e de sensibilidade do membro superior, deixando frequentemente sequelas definitivas.

O plexo braquial, formado por um conjunto de nervos, originados das raízes nervosas da medula espinhal cervical, é responsável pela enervação dos membros superiores. Quando o plexo braquial sofre uma lesão, as sequelas têm um impacto não apenas físico, mas também econômico e emocional, já que ao comprometer em definitivo a função motora e sensitiva dos membros superiores, resulta em disfunções que impactam não apenas o desempenho laboral, como as atividades básicas cotidianas.

“É um tipo de lesão muito grave e incapacitante que acomete principalmente o jovem adulto, que tem entre 18 e 29 anos. Também chama atenção que, na maior parte dos casos, o condutor da moto dirige sem habilitação”, destaca o chefe do Centro de Microcirurgia Reconstrutiva do INTO, Rudolf Nunes Köbig.

Entre os fatores determinantes para esse tipo de trauma, segundo o médico, está a maneira como acontece a queda. Ele explica que, quando o motociclista sofre o acidente e cai da moto, a cabeça gira, ficando hiperestendida em relação ao ombro, o que provoca uma tração das raízes que compõem o plexo braquial.

O especialista ressalta ainda que a grande maioria dos casos necessita de abordagem cirúrgica, um procedimento que visa restabelecer a função - ainda que parcial - do membro. “O principal objetivo é trazer algum grau de função e fazer com que o paciente incorpore novamente o membro acometido às atividades diárias, melhorando um pouco sua qualidade de vida”, pontua o médico.

A recuperação é lenta e depende de um tratamento multidisciplinar, que envolve o cirurgião do plexo braquial, o fisioterapeuta e o terapeuta ocupacional, além de psicólogos e assistentes sociais. Para Köbig, o melhor tratamento é a prevenção por meio da educação constante. “Ainda há muita irresponsabilidade e imprudência no trânsito. A conscientização é fundamental para que acidentes como esses deixem de interromper a vida ativa de tantos jovens”, conclui o médico.

02/12/2021

 

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