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Into inaugura Centro de Processamento Celular para multiplicar células-tronco

Projeto busca criar uma terapia celular voltada para a medicina regenerativa no atendimento a pacientes do SUS.

Pacientes que perderam algum segmento de osso poderão receber tratamento mais rápido e eficaz para a recuperação óssea. É o objetivo do Into com o advento de seu Centro de Processamento Celular (CPC). Em cada uma de suas salas, especialistas multiplicarão células-tronco extraídas de um paciente com perda óssea e, multiplicadas, as células serão reimplantadas no próprio paciente doador. A ideia é acelerar e assegurar a formação de novo tecido ósseo.

Inicialmente, os pacientes serão submetidos a um procedimento cirúrgico para captar as células da medula óssea, o composto celular obtido será manipulado em laboratório para o isolamento da célula que se deseja: a célula estromal da medula óssea, também conhecida como célula-tronco mesenquimal. Por ser uma célula-tronco, dentre suas características está a capacidade de gerar diferentes tecidos, como osso, cartilagem e gordura.

Todo o processamento das células irá levar em torno de 30 dias. Após esse período, o produto celular passa por testes de qualidade, como controles microbiológicos, genéticos e testes de potência, de forma a assegurar que as células foram produzidas em boas práticas de manipulação e são confiáveis. “Nosso objetivo é garantir que as células que serão devolvidas ao próprio paciente doador não ofereçam risco e sejam de qualidade.”, explica Rhayra Braga, pesquisadora à frente do Projeto.

Após o processamento em laboratório, as células serão fixadas a um osso descelularizado, fornecido pelo Banco de Tecidos do Into. O conjunto formado por células e osso será cirurgicamente inserido no paciente para preencher os espaços decorrentes da falha óssea.

“O osso do Banco de Tecidos é proveniente de doação de pacientes que faleceram. Esse material passa por um tratamento voltado a retirar-lhe células e componentes orgânicos, de forma a manter somente a sua estrutura rígida. O resultado é um osso descelularizado. No entanto, originalmente o osso é uma estrutura orgânica, cheia de tecidos vivos por dentro. Então, a ideia por trás desse projeto é devolver a vida a esse osso colocando as células produzidas no laboratório”, explica João Matheus, ortopedista e chefe da Divisão de Ensino e Pesquisa do Into.

No futuro, o CPC pode atender pessoas de outras áreas ortopédicas e até mesmo centros e hospitais de outras especialidades, em razão das características da célula. “Essa célula-tronco é capaz de manipular nosso sistema imunológico. Podendo ser utilizada para diminuir a rejeição a transplante de órgãos, doenças autoimunes e em diversos outros tratamentos.” salienta Maria Eugênia Duarte, pesquisadora e coordenadora do projeto. Com isso, o Into poderia fornecer células tronco para outras unidades de saúde, ampliando o número de pacientes beneficiados pelas atividades desenvolvidas no CPC.

Os protocolos estabelecidos para a produção das células no CPC do INTO foram publicados em uma revista científica internacional em outubro de 2019 (https://www.hindawi.com/journals/sci/2019/2608482/). O projeto foi apresentado e aprovado pela Comissão de Ética e Pesquisa – CONEP (CAAE: 23280719.7.0000.5273) em Brasília em janeiro de 2020 e está em vias de ser submetido à autorização da vigilância sanitária para ser efetivamente iniciado. O ensaio clínico será realizado com cinquenta pacientes, que têm em comum um defeito ósseo segmentar.

02/03/2020

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