Síndrome congênita pelo zika vírus em debate

O Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia Jamil Haddad (Into), no Rio de Janeiro, realiza em 18 de agosto o primeiro simpósio multidisciplinar sobre a síndrome congênita do zika vírus e alterações nos ossos e articulações. O objetivo é contribuir para a disseminação dos cuidados a serem tomados pelos profissionais e pacientes com a doença, além de promover um ambiente de discussão e reflexão. O evento é aberto a profissionais, estudantes e pesquisadores da área de saúde e ocorre no auditório I e II do Into, no segundo andar, das 8h às 13h.

No Into, a procura por tratamento ortopédico de crianças diagnosticadas com o vírus alertou para a necessidade de aprofundamento da discussão sobre a doença. “Este ano realizamos a primeira cirurgia em criança com a síndrome congênita do vírus zika do instituto e ainda há mais cinco na fila com complicações osteoarticulares”, relata Aline Antonio, enfermeira da Área de Educação Continuada.

A síndrome congênita do zika se manifesta em recém-nascidos de mães que tenham sido infectadas pelo vírus durante a gravidez. Os principais sinais identificados nas crianças que chegam ao Instituto são alterações musculares, nas articulações e nos ossos, como nos pés e nas mãos. Mariana Leite, chefe da Pediatria do Into, diz que as manifestações clínicas podem ser identificadas no momento do parto ou evoluir ao longo do tempo.

Participarão do simpósio a infectologista pediátrica Carla Roberta, do Instituto Nacional Fernandes Figueira (IFF), e a economista do Ministério da Saúde Márcia Pinto, que estuda o custo do tratamento de crianças com a síndrome congênita do zika para o SUS e o impacto na vida das famílias que precisam lidar a doença. Mariana Leite e os cirurgiões Pedro Henrique Barros Mendes e Anderson Monteiro também estarão presentes.

O simpósio está sendo organizado pela Área de Educação Continuada de Enfermagem (ARECEN) e a Área de Pediatria (ARPED) do Into. As inscrições estão disponíveis no site desde o dia 21 de julho. A participação é gratuita para profissionais do Into. Para o público externo, é cobrada taxa de R$ 20. As vagas são limitadas.

Texto: Juliana Castro (supervisão de Géssica Trindade)