Into utiliza a meditação como ferramenta para auxiliar pacientes

Muitos estudos da atualidade indicam a realização de meditações como alternativa terapêutica adjuvante no tratamento de dores crônicas, uma vez que as práticas podem atuar na memória da dor e cultivar um ambiente mental mais preparado para interpretar as percepções físicas e sensoriais. Além disso, contribuem para atenuar a ansiedade vinculada às repercussões das incapacidades físicas na vida pessoal e laboral de pacientes vítimas de traumas ou que possuem doenças ortopédicas.    

No Brasil, o SUS regulamenta a utilização da meditação (junto com diversas outras práticas) através da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC), instituída em 2006. Desde então, a utilização dessas práticas vem crescendo gradualmente de modo a oferecer aos usuários do SUS novas possibilidades terapêuticas, contemplando uma concepção ampliada de saúde que valoriza a atenção integral em todas as dimensões humanas. Esta realidade configura uma experiência consistente e inovadora de diversificação dos paradigmas de assistência à saúde na perspectiva dos sistemas públicos no mundo.

Segundo Raphael Rezende, fisioterapeuta responsável pelo grupo de meditação do Into, as práticas podem promover benefícios imediatos, como sensações de tranquilidade e bem estar, que são extremamente raras na realidade de muitas pessoas, considerando o acelerado ritmo da vida contemporânea. Esses efeitos, por mais simples que pareçam, já conseguem despertar novas percepções físicas, mentais e emocionais que contribuem para a reabilitação de diversas formas. De saída, oferecem uma versão mais agradável e vitalizante do processo de recuperação, suavizam dores (principalmente as relacionadas com tensões musculares) e aumentam a motivação para a continuidade dos tratamentos.

Contudo, Raphael frisa que os efeitos mais consistentes ocorrem no longo prazo, conforme as pessoas progridem na qualidade das meditações e as incorporam em suas rotinas diárias. É dessa forma que se torna realidade o controle das dores crônicas (ou redução do uso de analgésicos), a melhor qualidade do sono, a ressignificação do stress e impactos emocionais relacionados às lesões traumáticas e ortopédicas e uma compreensão mais apurada das potencialidades individuais na retomada da independência e dignidade. Afinal, o que os encontros de meditação pretendem oferecer aos pacientes – sempre de forma articulada com outras atividades e tratamentos – é a chance de (re)encontrar a alegria de viver!  

As opiniões de pacientes que participam das sessões de meditação corroboram as afirmações de Raphael. Rosana Sales, integrante do grupo há cinco meses, destaca que as meditações lhe entregaram mais tranquilidade para lidar com os problemas cotidianos.

Isani Gonçalves descobriu na meditação uma forma de melhorar seu sono. A paciente portadora de hérnia de disco, que já passou por duas cirurgias no quadril, precisa de remédios para aliviar as dores e conseguir dormir. Após participar de três sessões de meditação no Into e passar a meditar também em casa, Isani conseguiu reduzir seus medicamentos. Ela atribui essa vitória ao relaxamento conquistado com as práticas meditativas.

Silvana Martins, aluna desde agosto de 2019, foi operada no ombro há um ano. Silvana identificou a redução dos níveis de ansiedade. “Antes eu não podia parar, queria tudo na mesma hora”, explica.  

A ideia de incluir a meditação entre as atividades oferecidas reflete os objetivos institucionais do Into: possibilitar ao paciente lidar com sintomas físicos, como dor, limitação de movimentos e incapacidades, além de valorizar suas motivações e desafios no processo de reabilitação. Seguindo tais objetivos, o grupo de meditação é o primeiro tratamento em atividade no recém-criado “Ambulatório de Práticas Integrativas” da AFISIO, que já possui novas ideias em desenvolvimento no sentido de ampliar e diversificar suas atividades no futuro.

 13/02/2020