Into desenvolve pesquisa para mapear tumores malignos

Este modelo representa uma excelente plataforma de pesquisa translacional em oncologia por permitir mimetizar em modelo animal a doença do paciente e a resposta ao tratamento.

Em poucas palavras, o modelo consiste em enxertar um pequeno fragmento da amostra do tumor do paciente em um camundongo com deficiência no sistema imunológico. Assim, o tumor continua a se desenvolver no novo hospedeiro. Dessa forma, surgem possibilidades de testar fármacos, entender o aspecto biológico do tumor ou as características genéticas que podem favorecer ou não o crescimento do tumor e a resposta a tratamentos antitumorais.

Uma das vantagens deste modelo é buscar tratamentos individualizados, explica Anneliese Fortuna, uma das pesquisadoras responsáveis pelo projeto. “Ao longo dos anos, foi se reconhecendo na Oncologia a necessidade de olhar para o tumor de cada paciente individualmente, porque as alterações genéticas de um mesmo tipo de tumor podem variar muito de paciente para paciente”, completa Anneliese.

Os tumores malignos do sistema musculoesquelético são tumores raros e ainda pouco estudados pela comunidade científica brasileira e mundial. Os pacientes com estas doenças frequentemente apresentam prognóstico difícil e as opções terapêuticas ainda são limitadas. O projeto desenvolvido pelos pesquisadores do Into é uma possibilidade de mudança deste cenário desfavorável.

Nos últimos 30 anos não houve mudanças significativas na taxa de sobrevida de pacientes com osteossarcoma, um tumor ósseo maligno que acomete principalmente crianças e adolescentes. Por isso, uma das vertentes do estudo desenvolvido no Into é investigar os mecanismos celulares e genéticos que promovem a resistência do osteossarcoma aos quimioterápicos utilizados no tratamento da doença. O modelo pré-clínico utilizado no estudo é a vanguarda da pesquisa translacional em oncologia e pode auxiliar tanto na compreensão das limitações dos tratamentos atuais quanto na busca por novos alvos terapêuticos.

O projeto é desenvolvido integralmente nos laboratórios vinculados à Divisão de Ensino e Pesquisa do Into (Laboratório de Experimentação Animal, Laboratório de Biologia Molecular e no Centro de Processamento Celular) e conta com a participação das equipes de Oncologia Ortopédica e Anatomia Patológica do Into. Ainda, o projeto está inserido no Curso de Mestrado Profissional em Ciências Aplicadas ao Sistema Musculoesquelético do Into através de ortopedistas oncológicos que desenvolvem suas dissertações de mestrado neste tema.

Os resultados obtidos até o momento pelo grupo de pesquisa se mostraram promissores e já foram apresentados em congressos científicos na área de oncologia e publicados em revistas científicas internacionais. 

10/02/2020